Por Victor Abramo
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Data: 20/10/2006 00:00
O Complexo Logístico e Industrial do Açu, em São João da Barra (RJ), poderá servir de base de apoio para a indústria petrolífera no norte-fluminense e para o setor alcooleiro regional, além de vir a ser o pólo exportador do minério de ferro produzido pelo Grupo MMX em Minas Gerais.
Durante a apresentação do projeto logístico pelo presidente do Grupo MMX, Eike Batista, nesta sexta-feira (20/10), a govenadora Rosinha Matheus informou que pretende atrair a refinaria Premium da Petrobras para o município de Campos, no norte fluminense, aproveitando a estrutura logística que surge a partir do empreendimento da MMX.
O diretor de negócios da MMX, Rodolfo Landim, acredita que a proposta poderia fazer sentido logístico. Segundo ele, a refinaria Premium da Petrobras, que tem capacidade de processar 500 mil barris diários de petróleo pesado, tem o objetivo de processar este óleo bruto para que ele alcance um nível de qualidade aceitável para exportação.
Neste sentido, a refinaria próxima a um porto de grande calado e capacidade para grandes tonelagens é considerado adequado pelo executivo, que foi também presidente da BR Distribuidora. Landim ressalta, no entanto, que não há nenhuma informação sobre o interesse da Petrobras a respeito a utilização das instalações da MMX. Por outro lado, informa que a infra-estrutura é adequada e caso a refinaria seja colocada na região haveria uma "sinergia natural".
Além da exportação de petróleo, o Complexo Logístico do Açu também poderá servir para outras necessidades da indústria petrolífera, especialmente no que se refere ao transporte de equipamentos e materiais para a indústria offshore.
"Atualmente, toda a produção de peças, placas de aço, equipamentos está em locais que a logística condena", resume Landim, que também descreve o tortuoso caminho de equipamentos, chapas de aço, módulos industriais desde os locais de produção até a Bacia de Campos, por meio de caminhões, passando por portos já saturados até chegarem ao destino.
segundo o executivo, o empreendimento da MMX, que contempla também a instalação de uma usina de pelotização próxima ao porto, atrairá, certamente, empreendimentos siderúrgicos para a região o que será um grande ganho logístico para indústria petrolífera.
"Com este empreendimento, as indústrias poderão montar os equipamentos na região do porto e escoar para a Bacia de Campos de forma muito mais eficiente", considera.
Além da indústria petrolífera, Landim comenta que o porto também poderá servir de incentivo para a retomada da produção alcooleira na região. Atualmente, 90% da produção de açúcar e álcool se concentra nas regiões de São Paulo e Goiás e uma outra parte no Nordeste brasileiro. O executivo acredita que a possibilidade de exportar através do porto da MMX poderá incentivar a retomada desta agroindustria, que já foi muito representativa no Norte Fluminense.
O projeto do Complexo Logístico e Indústrial do Açu foi apresentado pelo presidente da MMX nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro. O Complexo é parte do Sistema MMX Minas-Rio, criado para possibilitar o escoamento da produção de minério de ferro da companhia em Minas Gerais. O Sistema é composto pela mina, em Conceição do Mato Dentro (MG), por um mineroduto de 500Km atravessando 32 municípios, pela usina de pelotização e pelo porto do Açú para o escoamento da produção.
O investimento previsto no projeto é de US$ 1,3 bilhão e o início das obras está previsto para o primeiro ou segundo trimestre de 2007 e o início de operação para primeiro trimestre de 2009. A expectiva de rendimento é de US$ 850 milhões para a exportação de 26,5 milhões de toneladas por ano de minério de ferro.
Em 2009, o transporte através do mineroduto e a exportação seria de 8 milhões de toneladas ano de minério de ferro. Em 2010, o volume chegaria a 20 milhões de toneladas por ano e a capacidade máxima seria atingida em 2011.
O secretário de Energia, Indústira Naval e do Petróleo, Wagner Victer, informou ainda que o governo estadual retirou o ICMS dos ativos do Sistema Minas-Rio, o que representa cerca de US$ 150 milhões de desconto de ICMS para o a implantação do projeto e ofereceu ainda a redução da alíquota de ICMS para 2% na região para a comercialização no mercado interno.
O secretário informou, ainda, que o licenciamento ambiental deverá ser concedido até o final do ano pela Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema), que é o órgão ambiental estadual. Também presente o evento, a presidente da Feema, Isaura Fraga, informou que o estudo de impacto ambiental, Eia-Rima, já foi apresentado e está para ser marcada a Audiência Pública proximamente.
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