segunda-feira, 27 de julho de 2009

Porto do Açu



A última reunião do Conselho da Representação Norte Fluminense da Firjan, dia 7 passado, foi realizada no local das obras de construção do Porto do Açu, na divisa dos municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. Esse porto integra o sistema de logística e transporte por dutos de minério de ferro, extraído em Minas Gerais até embarque para exportação neste litoral do Rio de Janeiro.
Trata-se, como todos sabem, de empreendimento de empresa MMX denominado Minerioduto Minas-Rio, projetado para o transporte de milhões de toneladas de ferro através de dutos em longa distância. No Açu abriga o porto em si, offshore, e complexo na retro-área de uma termoelétrica e usinas de beneficiamento de minério. Afora a demarcação de áreas de preservação ambiental, são amplos os espaços para futuros empreendimentos, em atividade de serviços ou produção de bens voltados à exportação.
É impressionante, de fato. Mas muitíssimo mais a visão local da magnitude do canteiro de obras do Açu: engenharia gigantesca; guindastes, máquinas, veículos pesados, e pessoas em movimento; a materialização do plano, do papel, da maquete, em realidade física. A mim, como também dos Conselheiros da Firjan, sobressai, ainda, a percepção do futuro naquela construção física - pelo seu extraordinário impacto que ocorrerá para esta região.
Isto porque, não se trata unicamente de um porto de exportação de minério, que a rigor, mesmo de grande dimensão como em outros lugares, não reproduz localmente efeito multiplicador significativo. O Porto do Açu tem a característica de projetar-se também para operações de outras cargas, em navios de variados tipos e calagem. Conseqüentemente serve de atração especial à instalação no seu entorno de empresas com foco na exportação.
A empresa regional também será extraordinariamente afetada, de modo positivo, pelo aumento da demanda interna, qualquer que seja seu produto ou serviço, como na vantagem comparativa de exportação. Nisto fica muito claro a alavancagem para o açúcar e etanol, mas praticamente todos os principais produtos do Norte e Noroeste fluminenses serão altamente viáveis de exportação pelo Açu, como bebidas, móveis, vestuário, mármores, doces, produtos da pecuária. Significa, para qualquer empresa da região, ter uma porta para exportação distante apenas 40 km, em média, da fábrica.
Por sua vez, o progresso que advém de surgimento de um porto de navios ocorre em velocidade de transformações muito rápida. Impacta em novas concorrências de empresas, exigências de qualidade dos produtos, capacitação de mão de obra, mudança cultural, adequação do fluxo de cargas pesadas, transporte urbano, demanda de moradias, etc. Enfim, uma variável enorme de questões que deverão ser previamente planejadas, tanto na ordem interna do negócio empresarial, como na esfera do Poder Público visando a estruturação dessas novas demandas.
Marca o Porto do Açu o início de um ciclo de crescimento e diversificação econômica. É o progresso, que é sempre benéfico, mas também um desafio de todos.

http://www.fmanha.com.br/#1219359853
Geraldo B. H. Coutinho
Presidente Regional da FIRJAN-NF e do SINDAAF

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